terça-feira, 30 de novembro de 2010


Abandono...

Ele entrou na sala, estranhou a luz apagada, colocou o casaco no sofá e subiu para o quarto, estranhou novamente a luz apagada e o vazio do quarto.
Percebeu um papel sobre a cama... desdobrou-o e sorriu quando viu aquelas letrinhas bem feitas que conhecia tão bem. Mas quando começou a ler o sorriso foi morrendo em seus lábios, até que sua face era apenas  uma escultura de mármore frio...
" Olha, eu não pude lhe esperar para conversar, tenho pressa.
Quero apenas dizer-lhe que algo mudou a algum tempo, e hoje eu não vou voltar.
Entenda que o problema nunca foi você...
Sou como uma borboleta que voa em busca de novos perfumes...
E agora é tempo de bater minhas asas e ir... em busca de uma nova felicidade...
Não me julgue covarde por deixar apenas uma carta, além da pressa, eu acho que não suportaria ver seus olhos inflamados pela dor...
eu poderia desejar-lhe boa sorte, mas seria cruel...
Então limito-me a deixar meu adeus...
Desculpe..."
E no silêncio melancólico do apartamento, pode-se ouvir o som doloroso e suave da lágrima que arrebentou-se no chão, antes que ele saísse e fechasse a porta atrás de si.

                                aNUXAH...

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