Eu sei que em praias ou em desertos lágrimas tem o mesmo gosto... o gosto amargo do fracasso...
Eu olhava o mundo atrávés da vidraça embaçada pela chuva...
E na rua as pessoas caminhavam apressadas e solitárias, como se ao fim daquela caminhada frenética elas fossem encontrar a felicidade, mas não iam...
Aquelas pessoas eram tão vazias quanto eu, apenas não tinham a capacidade de admitir...
Um pensando que era maior que o outro, mas eu sabia...
Eu sabia que no final do jogo o rei e o peão voltariam par a mesma caixa...
Ver a multidão iludida fazia com que eu sentisse uma dor imesuravelmente forte.
Sim... a dor era deles, mas doía em mim...
Eu sabia que por mais que eu tentasse, por mais que eu corresse, seria inutil... Aquele vazio continuaria me consumindo... crescendo... Se apoderando do fio de vida que me alimentava.
Eu não queria me importar... Não era da minha conta... Mas aquelas pessoas infelizes me faziam sonhar seus sonhos, me faziam gritar seus gritos...
E eu não podia mais... aquela dor indignada me preenchendo, me sufocando...
E agora estou aqui... Dizem que este é o lugar para onde as pessoas vem quando descobrem que a felicidade não está no fim da caminhada...
Aqui é escuro, pessoas realmente perdidas, choro desolação... Este lugar me fez perceber que o sofrimento lá era insignificante... Que todas as pessoas distorcidas que eu via através da vidraça reclamavam de suas vidinhas medípcres apenas para manter o costume. Aquilo ali sim, é que era dor... Aquilo é que era o fim....
E talvez eu volte para aquela vidraça.... para observar todos aqueles infelizes... Para ouvir as reclamações fúteis de toda aquela gente...
Talvez eu volte para o mundinho de ilusão dos humanos, talvez eu volte para perto dos vivos, só para rir das suas preocupações inúteis e lhes dizer onde realmente fica o inferno.
por: anuxah
Nenhum comentário:
Postar um comentário